segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

A força política dos evangélicos

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A igreja católica há muito tempo deixou de ser a queridinha do governo petista do Acre. A vez agora é dos evangélicos.
Católico de berço, integrante do Encontro de Casais com Cristo, o ECC, e devoto de São Sebastião, o governador do Acre, Sebastião Viana, deixou sua devoção e paixão religiosa de lado e na nova composição de governo que passa a comandar o Estado a partir de 1º de janeiro, colocou pastores e membros influentes de igrejas evangélicas do Acre.
As orações dos padres Leôncio Asfury e Massimo Lombardi, petistas declarados, não foram fortes o suficiente para manter a cota de cargos da igreja católica. Antônio Torres, membro fiel da igreja, que nos últimos quatro anos comandou a Secretaria de Desenvolvimento Social, perdeu o cargo.
A indicação de Gabriel Maia para a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social parece que pegou muita gente de surpresa, um deles, o atual secretário Antônio Torres usou as redes sociais para dizer que amanheceu o dia de hoje entregando seus passos para Deus.
“E, após o anúncio da nova equipe de governo, agradeço ao Senhor pela oportunidade de ter sido secretário de Desenvolvimento Social nesses quatro anos (2011-2014)”, disse Antônio Torres.
Em texto melancólico, Torres  afirma que vai continuar contribuindo com as boas mudanças e alimenta uma esperança de ser nomeado para segundo ou terceiro escalão: “meu coração estará sempre motivado a contribuir para as boas mudanças do Nosso Estado, independente da missão que me for confiada”, concluiu.
Na composição, o líder da Igreja Batista do Bosque, pastor Agostinho Gonçalves, mostrou que tem mais poder de fogo que todos os partidos nanicos juntos. Agostinho é padrinho de Jamyl Asfury, que passa a comandar a partir de janeiro a Secretaria de Habitação do Estado, e de Gemil Júnior, ex-gerente da Amazongás, também membro da IBB, que será o novo diretor-presidente do Detran.
A Universal do Reino de Deus é representada por Diego Rodrigues, que vai para o Procon. O pastor Henry Nogueira, candidato derrotado pelo PDT nas últimas eleições, esse da cota pessoal do governador Sebastião Viana, será secretário de Pequenos Negócios.
O pastor Rodson, presidente da Batista da Liberdade, assessor de Sebastião Viana, vai dirigir o Pronto Socorro a partir de janeiro. Apesar de pastorear uma denominação pequena, Rodson já presidiu a Associação dos Ministros Evangélicos do Acre, a Ameacre, e é uma espécie de interlocutor entre evangélicos de menos expressão e o Palácio Rio Branco.
Da Igreja Renovada, a jornalista Rachel Moreira, é outra evangélica do primeiro escalão. Ela permanece como secretária de Turismo do governo de Sebastião Viana. Seu irmão, o deputado Astério Moreira, que professa a mesma fé, quando deixar o parlamento irá para a subsecretaria adjunta de Comunicação do Estado.
Mas a aliança política/religiosa de Sebastião tem explicação.
O petista na verdade estaria de olho na legião de evangélicos que atualmente tem o Acre e que a cada dia é mais crescente. De acordo com último censo do IBGE, Rio Branco é a capital mais evangélica do País. Só na capital são cerca de 1.340 templos. O Acre possui hoje, segundo o Instituto, 239.589 mil protestantes, o equivalente a 39% da população total do estado.

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