No auge do sucesso, na década de 1960, grupos como os Beatles e os Rolling
Stones ajudaram a moldar toda uma geração. Rumores sobre o fato de eles serem
mais do que bandas de rock, mas que na verdade serviam a Satanás com suas
músicas sempre fizeram parte da história do rock. Os músicos, claro, sempre
negaram.
Agora, 50 anos depois do auge, o jornalista e escritor inglês Philip Norman
decidiu publicar uma controversa biografia não autorizada de Mick Jagger.
Segundo imagem traçada por Norman, Jagger foi uma das pessoas que ajudaram a
inventar o “conceito de estrela do rock, em oposição a mero cantor de uma
banda”. Desde seus primeiros dias de vida em uma família de classe média na
cidade de Dartford, até chegar aos 69 anos que completou este ano, Jagger teve
uma trajetória de vida polêmica.
Em vários momentos, Norman ressalta que o biografado não colaborou com ele.
Talvez um dos motivos é o fato de o livro ressaltar o envolvimento de Jagger e
sua banda com o satanismo. Marianne Faithfull, esposa do cantor no auge da
banda, concedeu longas entrevistas para o jornalista e ela não esconde esses
fatos. Contudo, insiste que eles acabaram queimando toda a biblioteca “satânica”
do vocalista, embora não dê maiores detalhes sobre isso.
Norman acaba justamente responsabilizando Satanás por todo o mal que
acompanhou os amigos de Jagger e as pessoas que o acompanhavam. O biógrafo
compara isso com a velha história do cantor de blues Robert Johnson, que teria
feito um pacto como o demônio para obter sucesso.
O primeiro empresário dos Stones, Andrew Oldham, ajudou a criar a mítica dos
Stones e colocá-los como os antagonistas dos Beatles. Se os meninos de Liverpool
eram certinhos, então os Stones seriam diabólicos, segundo Oldham. Jagger sempre
seguiu esse conselho à risca. Não por acaso eles são considerados uma das bandas
que inventou o rock’n’roll.
Essa seria a justificativa de por
que os primeiros álbuns dos Stones trazem referências explícitas ao diabo, seja
nas letras das
músicas, nas capas dos discos, ou nas performances do seu vocalista nos palcos.
Isso talvez explicaria todas as orgias e as festas regadas a álcool e drogas
alucinógenos que acompanhavam a banda na estrada.
Segundo o escritor, após Jagger ler o livro “O Mestre e Margarida”, do russo
Mikhail Bulgákov. Impressionado com a história e influenciado por Marianne,
compôs a música Sympathy for the Devil [simpatia pelo Diabo], que foi um grande
sucesso.
Nesse obscuro livro, Bulgákov defende que o grande triunfo de Satanás foi
colocar Pôncio Pilatos no caminho de Jesus, recusando a salvá-lo da cruz. Na
composição de Jagger, algumas celebridades históricas aparecem para continuar o
que foi feito por Pilatos: Hitler, os assassinos da família real russa e os
responsáveis pela morte de vários membros da família Kennedy.
Na época, Jagger tentou adaptar O Mestre e Margarida para o cinema, sendo que
ele interpretaria Satã. Desde essa época, Norman garante que Jagger passou a se
interessar muito por satanismo e magia negra. De modo especial pela obra de
Aleister Crowley, um bruxo inglês que tentou popularizar no começo do século
passado a feitiçaria.
De acordo com o livro, a atriz alemã Anita Pallenberg, uma das muitas
namoradas de Jagger, era bruxa. Na mesma época que saia com ela, Jagger atuou no
filme Lucifer Rising [A Ascensão de Lúcifer], do diretor Kenneth Anger, que
segundo consta tinha o nome de “Lúcifer” tatuado no corpo e afirmava ser a
reencarnação de Aleister Crowley.
A partir de então várias pessoas que atuaram ao lado de Jagger morreram ou
passaram por episódios misteriosos que mudaram suas vidas. Jagger amargou uma
fama de “maldito”, que acabou influenciando para que nenhum de seus projetos no
cinema tenha dado certo.
Com isso, ele concentrou suas forças na carreira musical, que já chega a
cinco décadas. Mick Jagger deve fazer sua última tour com os Rolling Stones em
2013. Ele teve quatro casamentos oficiais e sete filhos, incluindo um com a
brasileira Luciana Gimenez.
A biografia de Mick Jagger, será lançada no Brasil dia 25 de novembro.
Editada pela Companhia das Letras, tem 624 páginas e o preço sugerido é de R$
49,50. As informações são do jornal Zero Hora.
Nenhum comentário:
Postar um comentário