O
Evangelho apócrifo de Judas, descoberto na década de 1970 e tema de
polêmicas no meio cristão por apresentar uma visão diferente sobre o
discípulo que é tratado como traidor nos demais evangelhos, teve a data
original de sua escrita descoberta por pesquisadores.
Nesta segunda-feira, 08 de abril, a Sociedade Química dos Estados
Unidos foi palco do anúncio dos resultados da análise química feita no
documento. Para determinar a data, os pesquisadores compararam o
documento com escritos egípcios antigos, de pelo menos 1.700 anos.
Através de processos como radiocarbono, análise microscópica e de
produtos químicos, foi possível determinar que o documento foi escrito
por volta do ano 280 D.C., provando assim que o Evangelho de Judas não
teria sido falsificado recentemente, como sugeriam alguns pesquisadores.
Porém, a descoberta da data original em que o livro apócrifo foi
escrito, não significa que seu conteúdo seja verídico. No texto há a
sugestão de que Jesus teria pedido a Judas que o entregasse aos soldados
romanos, pois sua morte seria o meio para libertar seu espírito de seu
corpo.
O Evangelho de Judas está escrito na língua copta, que era usada no
Egito Antigo, e atualmente, está exposto no Museu Copta, em Cairo,
segundo informações do G1.
A pesquisa descobriu ainda que a tinta usada para escrever o texto
foi colocada no papel quando ele ainda era novo e ainda não havia sido
enrolado, como se fazia com os pergaminhos, pois o papel passou pelo
processo natural de envelhecimento já com a tinta nele.
Segundo o cientista Joseph Barabe, que detalhou os resultados
alcançados com as análises, a tinta encontrada no Evangelho de Judas tem
características semelhantes às das tintas usadas em contratos de
casamento e de terras do Egito do século 3 d.C.
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