Nas
últimas semanas, quase diariamente o pastor Marco Feliciano aparece na
mídia por conta de seu papel como presidente da Comissão de Direitos
Humanos e Minorias da Câmara.
Agora ele está na capa da revista
semanal ISTOÉ que vai às bancas dia 30. A longa reportagem faz uma
recapitulação dos fatos relacionados com a tentativa de fazer Feliciano
renunciar. Algo, aliás, que ele já disse que não fará.
Segundo a
publicação, o Partido Social Cristão (PSC), ao qual ele é filiado, está
se valendo de um “ velho e surrado oportunismo político orientado por
uma lógica eleitoral”. Ou seja, A legenda que tem apenas 16 deputados
eleitos, passou a figurar na imprensa e chamar atenção.
Entrevistado
pela ISTOÉ, o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que é membro da bancada
evangélica e comentarista político, faz as seguinte avaliação: “Ele não
renunciará. Se ele renunciar, não se reelege nunca mais. Se ficar, se
reelege com 1 milhão de votos sem sair de casa”.
O vice-presidente
do PSC, pastor Everaldo Pereira, comemorou que “nunca antes o PSC
tivera tamanha visibilidade” e afirmou aos repórteres: “Acho que agora
vão nos convidar para o banquete!”. Ou seja, agora o governo
reconheceria a importância do partido e receberia mais na divisão de
cargos.
De fato, o pequeno partido é parte da base da presidenta
Dilma Rousseff, mas não indicou nenhum ministro nem cargos para o
primeiro e segundo escalões. O PSC acredita que conseguir para Dilma, os
votos dos evangélicos, em especial depois das polêmicas declarações da
então candidata sobre o aborto.
“Apoiamos a campanha e hoje somos
um aliado fiel que não tem cargos. Somos maiores do que outros partidos
mais consolidados, como PCdoB e PV. Mas que nunca teve direito a muita
coisa”, declarou o pastor Pereira à revista ISTOÉ, que afirma que “o
partido tem pregado seu fundamentalismo cristão e conservador nos
corredores do Congresso e nas reuniões”.
Se politicamente
Feliciano está visado, a revista entende que ele ganhou muito do ponto
de vista pessoal. Além de atrair uma ala conservadora de potenciais
eleitores não evangélicos, “o número de downloads de CDs e DVDs, como
“Caçadores de Jumenta”, quase dobrou em março”.
Na próxima semana,
o deputado Henrique Alves, presidente da Câmara, já anunciou que irá
convocar Feliciano para uma reunião com a presença de todos os líderes
de partido. Trata-se de mais uma tentativa de fazê-lo renunciar. Por
outro lado, existe a ameaça de ele ser condenado pelo Conselho de Ética
por “quebra de decoro”. Entre as acusações, estão denúncias publicadas
na imprensa sobre as empresas que o deputado-pastor teria escondido da
Justiça Eleitoral e os “pastores funcionários fantasmas” de seu
gabinete, além dos processos por estelionato e homofobia que ele
responde na Justiça.
Paralelo a isso, o deputado Arnaldo Jordy
(PPS-PA), suplente na comissão de Direitos Humanos, anunciou que entrou
com uma representação no Conselho de Ética contra Feliciano, “Após a
intransigência do pastor e de seu partido, não há mais espaço para um
acordo político que resolva a questão. Nós temos instrumentos para
resolver o imbróglio. A situação é insustentável, a ponto do pastor
mandar prender quem exerce o direito da livre manifestação. Passou do
limite do admissível. Vamos ao Conselho de Ética e também pediremos
renúncia coletiva dos membros da comissão”, explicou Jordy, que deverá
contar com o apoio da maioria dos partidos na Câmara.
A resposta
de Feliciano foi republicar nas redes sociais um link para um vídeo de
três minutos, postado ano passado no Youtube, onde o deputado Arnaldo
Jordy pressionando uma mulher a abortar o filho que seria dele.
Identificada como Josy, ela se recusa a fazer um aborto e ainda cobra
que Jordy apoie a gestação.
Com informações de ISTOÉ e Estado de São Paulo
Nenhum comentário:
Postar um comentário