Estava lendo recentemente uma reportagem que abordava os altos índices de suicídio no Uruguai. O índice de suicídio no Uruguai é de cerca de duas pessoas por dia, equivalente ao do Japão, Suécia, Alemanha, Canadá, Estados Unidos e Austrália, conforme o Ministro da Saúde Pública do Uruguai (MSP).
Problemas mentais são o principal responsável pelos índices, de acordo com o psiquiatra e neurologista Alvaro Lista, diretor do Pharma Research Group, empresa de consultoria em saúde localizada no sul do país.
As causas do suicídio sempre foram um enigma para médicos, psicólogos e pesquisadores. A auto-preservação é um dos maiores instintos humanos. O homem não aceita a morte. Quando corremos risco de morte, por qualquer motivo, reagimos contra a ameaça.
Entre as principais causas para o suicídio está algum transtorno mental, como depressão, transtorno bipolar, anorexia, esquizofrenia, transtorno de personalidade, psicose aguda, entre outros.
Entre os médicos legistas existe uma divergência quando trata o suicídio por causa psicológica, alguns não consideram suicídio, mas sim como morte por doença mental ou morte por transtorno mental.
As doenças mentais atuam no pensamento e o pensamento é algo involuntário. Pensar não é uma opção. É impossível conter a necessidade de construção de pensamentos. E é justamente esta necessidade que pode atuar de forma negativa na mente humana, seja através de crises existenciais, como também através da ansiedade.
A principal causa para o suicídio pode ser a falta de expectativas devido à má formação de pensamentos. A morte física faz parte do ciclo natural da vida, mas a morte da consciência humana não. A alma é responsável pela construção de pensamentos e essa é imortal em si mesma, e o entrosamento dela com o corpo opera a vida e seu contato se dá através do cérebro. Esta é uma teoria básica em Antropologia, a doutrina que estuda o homem.
A alma distingue o ser humano um do outro, quanto aos desejos, preferências, sonhos, etc. Desta forma a alma se divide em três grupos de ação quanto ao pensamento: intelectual, emotivo e volitivo.
No grupo do intelecto surge o entendimento. Já o fator emotivo designa o sentimento. Quando o intelecto diminui o fator emotivo surge, ou seja, fecha-se a janela da inteligência, a lucidez e a coerência retraem. Neste caso os instintos prevalecem sobre o pensamento.
O suicida, de acordo com pesquisadores, sente que é uma carga intolerável sobre os outros e não se sente parte de um grupo nem possuem alguém que possa lhes transmitir um sentimento de integração. Este não aceita sua condição de dependência e na luta pela sobrevivência tem seus instintos aguçados, o coração acelera e o homem intelectual diminui. Neste momento nasce a necessidade de tirar a própria vida em favor da sobrevivência.
Esta é a necessidade de continuidade da existência, mesmo um ateu procura diante da morte uma esperança de que existe vida. Esta é a procura do suicida, libertar-se desta vida para viver novamente.
A causa definitiva do suicídio é o abalo da alma, um cárcere interior que cativa às emoções, que tira a esperança do amanhã. É uma tentativa inadequada e desesperada de procurar transcender a dor da existência. A realidade é que a vida clama pela vida e não pela morte.
Em Mateus 6.25-34 Jesus fala exatamente sobre o sentido original da vida. As matérias e superficialidades não podem influenciar nosso pensamento pela vida, esta é uma tentativa explicita da ansiedade, uma miséria psicossocial que influencia a nossa maneira de ver a vida.
Este é o sentido de “vida abundante” que Cristo ofereceu, do prazer inesgotável que jorraria de quem acreditasse na sua Palavra, do “rio” que fluiria de dentro do ser, um rio de satisfação, de esperança — o que chamamos de força de vontade, determinação e empenho.
Recentemente descobriram que esta força é realmente um poder interior. É uma função psicológica primária, é um processo cognitivo pelo qual uma pessoa direciona, de forma consciente uma ação. Ela é deflagrada quando se deseja algo e a partir daí se adotam estratégias para chegar lá.
Artigo cristão escrito por Abner Ferreira
Nenhum comentário:
Postar um comentário